segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mulher brasileira: orgulho ou vergonha?


Quem lê jornal ou assiste Rede Globo ou faz as duas coisas [eu! rs] sabe que semana passada estreou uma nova edição do primeiro reality show da televisão brasileira: No Limite. Lendo sobre o programa, fiz uma comparação inevitável com o Big Brother e percebi uma coisa: enquanto no BBB – aquele que o desafio é passar três meses em uma casa totalmente confortável com mais um bando de desconhecidos – de nove edições só em duas mulheres saíram vencedoras, o No Limite – que fica aquele bando de malucos acampados, passando por provas físicas, comendo coisas nojentas e passando por necessidades até chegar realmente no limite físico e psicológico – de três edições, duas mulheres venceram. Ou seja: o sexo realmente forte é o feminino! Nós que agüentamos tudo, esses homens não são de nada mesmo! Motivo de orgulho, certo?
Analisando bem, nem tanto. Esquecendo todo aquele papo de manipulação da Globo, carta marcada e etc, enquanto o campeão do No Limite era definido por méritos próprios, por vencer as provas e tal, no BBB o vencedor é escolhido por votação do público. E segundo uma pesquisa – que eu não lembro os dados exatos e não procurei para ver, mas o resultado é esse – a ENORME maioria dos votantes nas eliminações do Big Brother somos nós, mulheres. Repetindo: NÓS, MULHERES. E nós, mulheres, todos os anos, com apenas duas exceções, demos a vitória a homens!
Não vou nem dizer: por que no último não votamos na Priscila, que mostrou que mulher gostosa pode ter personalidade e todo aquele bla, bla, bla que um monte de gente por aí falou, porque eu não concordo, para mim não há personalidade que justifique vulgaridade, seja mulher ou homem. Eu – como possuidora de uma excelente memória e boa entendedora de BBB que admito que sou – vou além. Por que no BBB 5, não tornamos vencedora a Grazi Massafera? Nem vem me dizer que tinha uma bolinha de cristal e sabia que anos depois ela se tornaria atriz global e namorada do Cauã. Naquela época era impossível imaginar que aquela menina caipira chegaria tão longe. Mas mesmo naquela época, com toda a “caipirice” dela, ela já era linda, doce, divertida... Que mulher nunca quis ser ela? Nem que fosse para pegar o Alan (que nem faz o meu tipo, mas é tão estiloso que até me faz mudar de idéia)? Vai dizer que uma mulher daquela não merecia vencer o programa? Mesmo sendo gay, legal e tudo mais, o Jean não merecia mais que ela!
Puxando mais um pouco na memória: Big Brother 3. Quem chegou até a final foi a Elaine, outra caipira, pobre mesmo, nem era bonita, veio lá do fim do mundo, professora que andava não sei quantos quilômetros para dar aula, que o sonho era fazer faculdade! Inegável que ela merecia ganhar, até porque imagina quantas pessoas ela poderia ter ajudado com o prêmio! Mas não, quem venceu foi o Dhomini, lembra dele? Um cara de pau, que tinha namorada aqui fora, mas na casa pegava a Sabrina Sato e dava em cima de qualquer mulher que passasse na frente. E foi nele que as brasileiras votaram. Tipo: é isso aí, seja galinha mesmo que é disso que a gente gosta.
Pior: esse não é um problema exclusivamente nacional, por que o primeiro Big Brother no mundo que uma mulher venceu foi aqui no Brasil mesmo! Em qualquer país são os homens que ganham! E isso são só exemplos através de realities shows! Não estou pedindo que ninguém queime sutiãs nem nada, mas seja no No Limite 4 [não estou assistindo, é bom?], na Fazenda [P-O-D-R-E! Mas, para quem vê, fica a dica!], no BBB 10, em qualquer outro, na sua casa, na rua, na vida: Mulheres, uni-vos!

[Pérola Corrêa]

Um comentário:

Lu disse...

odeio No Limite.
não sei porque, mas considero de muito mau gosto.
gosto do BBB, mas tenho ciência do seu caráter fútil.
eu acho siim que as mulheres t~em que se unir para que conquistem cada vez mais seu espaço em competições deste tipo.
torci tanto pela Grazi... pra mim, foi a mulher que mais mereceu ganhar.

belo post. adoro discussões assim!
=)